terça-feira, 16 de julho de 2013

Português: Alocução - Redundância


…se existe algum problema no fato de um político proferir uma breve alocução?

A princípio, só vejo um problema: por definição, toda alocução é breve. Em “breve alocução” temos o mesmo problema de “resumo sucinto”: a redundância. Basta, portanto, o político proferir uma alocução.

Redundância é sempre um assunto que atrai os nossos leitores.

Graças à sua contribuição, aí vai uma nova lista com exemplos variados:

Pergunta de repórter: “Como será seu futuro daqui pra frente?” Eu também gostaria de saber como será o seu futuro daqui para trás…

Lamento do povo: “A crise de energia atrapalhou as festas juninas de junho.” Sugiro que as festas juninas passem para outubro e que a Oktoberfest vá para junho do ano que vem…

Disse o alto executivo: “Como estava previsto anteriormente…”

Fácil é prever posteriormente. Prever é “ver antes”. Bastaria dizer: “Como estava previsto…”

Diz o ditado popular: “Deus ajuda a quem cedo madruga”. Tenho certeza de que também ajudaria quem madruga. Afinal, nunca vi alguém “madrugar tarde”.

Afirmou o chefe: “Receber o salário dobrado é mais vantajoso”. “Menos vantajoso” é que não pode ser. Se realmente é vantajoso, o “mais” é dispensável: “Receber o salário dobrado é vantajoso.”

Euforia do narrador esportivo: “O estádio está totalmente lotado.” Ainda estou para ver um estádio “parcialmente lotado”. Quero saber qual é a diferença entre um estádio lotado e outro totalmente lotado? Só pode ser o entusiasmo no narrador…

De um outro narrador: “O zagueiro deu a bola de graça para o atacante adversário.” Se não fosse de graça, não tinha dado. Quem dá só pode ser de graça. Isso me faz lembrar aquelas propagandas que oferecem: “Ganhe grátis”, ou pior, “Ganhe inteiramente grátis”.

Revelou o diretor do presídio: “O que eles querem são celas individuais para cada um”. Pelo visto, o tal diretor só está oferecendo celas “individuais” para 50 presos…

Garantiu o repórter político: “Ele foi ex-ministro.” Por favor, salvem o repórter: ou “ele foi ministro” ou “ele é ex-ministro”.

Reclamava o empresário: “A estatal detém o monopólio exclusivo.” O tal empresário realmente está indignado, pois exagerou um pouco: se monopólio já é algo condenável na economia de mercado, que dizer de um “monopólio exclusivo”? É bom não esquecer que todo monopólio só pode ser exclusivo, pois “mono” significa “um”.

Por hoje, é só. Perdoem-me por não ter criado “novos” exemplos. Afinal, ninguém consegue criar “velhos” exemplos…

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