sexta-feira, 31 de maio de 2013

ANÁLISE DOS HEREDOGRAMAS - A Montagem dos Mapas Familiares - Interpretação dos Heredogramas - Se um indivíduo é homozigoto recessivo, ele envia o gene recessivo para todos os seus filhos. - Resolução de Heredogramas: um Exemplo - GENÉTICA - Biologia - Trabalho Escolar


A ANÁLISE DOS HEREDOGRAMAS


1. A Montagem dos Mapas Familiares

Uma forma usual de representar uma família são os heredogramas (genealogias ou mapas genéticos, ou pedigrees). Neles, são indicados os cruzamentos e as suas respectivas descendências. Como em todas as notações científicas, os heredogramas empregam uma simbologia própria. Os principais símbolos são os seguintes:




A montagem de um heredograma obedece a algumas regras:

1ª) Em cada casal, o homem deve ser colocado à esquerda, e a mulher à direita, sempre que for possível.

2ª) Os filhos devem ser colocados em ordem de nascimento, da esquerda para a direita.

3ª) Cada geração que se sucede é indicada por algarismos romanos (I, II, III, etc.). Dentro de cada geração, os indivíduos são indicados por algarismos arábicos, da esquerda para a direita. Outra possibilidade é se indicar todos os indivíduos de um heredograma por algarismos arábicos, começando-se pelo primeiro da esquerda, da primeira geração.

Vamos montar um heredograma, baseado em uma família hipotética. Um homem normal, casado com uma mulher afetada por uma doença genética, teve três filhos. O primeiro foi um homem normal; o segundo, uma mulher afetada pela mesma doença de sua mãe; e o terceiro foi um homem normal. Esse terceiro filho se casou com uma mulher normal, e teve dois filhos, gêmeos dizigóticos. Um deles é uma menina normal e o outro, um menino doente. A representação dessa família é a seguinte:




2. Interpretação dos Heredogramas

A análise dos heredogramas pode permitir se determinar o padrão de herança de uma certa característica (se é autossômica, se é dominante ou recessiva, etc.). Permite, ainda, descobrir o genótipo das pessoas envolvidas, se não de todas, pelo menos de parte delas. Quando um dos membros de uma genealogia manifesta um fenótipo dominante, e não conseguimos determinar se ele é homozigoto dominante ou heterozigoto, habitualmente o seu genótipo é indicado como A-, B- ou C-, por exemplo.

A primeira informação que se procura obter, na análise de um heredograma, é se o caráter em questão é condicionado por um gene dominante ou recessivo. Para isso, devemos procurar, no heredograma, casais que são fenotipicamente iguais e tiveram um ou mais filhos diferentes deles.






Se a característica permaneceu oculta no casal, e se manifestou no filho, só pode ser determinada por um gene recessivo.



Pais fenotipicamente iguais, com um filho diferente deles, indicam que o caráter presente no filho é recessivo!



Uma vez que se descobriu qual é o gene dominante e qual é o recessivo, vamos agora localizar os homozigotos recessivos, porque todos eles manifestam o caráter recessivo.

Depois disso, podemos começar a descobrir os genótipos das outras pessoas. Devemos nos lembrar de duas coisas:

1ª) Em um par de genes alelos, um veio do pai e o outro veio da mãe. Se um indivíduo é homozigoto recessivo, ele deve ter recebido um gene recessivo de cada ancestral.

2ª) Se um indivíduo é homozigoto recessivo, ele envia o gene recessivo para todos os seus filhos.



Dessa forma, como em um "quebra-cabeças", os outros genótipos vão sendo descobertos. Todos os genótipos devem ser indicados, mesmo que na sua forma parcial (A-, por exemplo).



3. Resolução de Heredogramas: um Exemplo

Vejamos um heredograma em que estão representadas como figuras cheias as pessoas que manifestam uma doença hereditária, e como figuras vazias as pessoas normais.




Olhe para o casal II-3 e II-4. Repare que ambos são fenotipicamente normais e tiveram uma filha (identificada como III-1) afetada pela doença em questão. Isso indica que a doença é determinada por um gene recessivo, pois permaneceu oculto no casal e se manifestou na filha. A partir daí, podemos determinar os genótipos de todas as pessoas doentes, que são homozigotas recessivas aa (I-2, I-3, II-2, II-5, II-6, III-1, III-4, III-5, IV-2 e IV-3).

Uma outra constatação: esse casal (III-3 e III-4) é formado por primos, pois suas mães são irmãs. Trata-se, portanto, de um cruzamento consangüíneo, como assinala a barra dupla que os une.

Com esses genótipos já conhecidos, passamos a determinar os genótipos das outras pessoas da genealogia, levando em conta que: a) em um par de genes alelos, um veio do pai e outro veio da mãe, e b) uma pessoa de genótipo aa envia o gene a para todos os seus filhos.

O homem I-1 é heterozigoto Aa, pois é normal mas teve uma filha doente (II-2). Pelo mesmo motivo, concluimos que a mulher I-4 também é heterozigota Aa. O homem II-1 tem genótipo Aa pois, embora sendo normal, é filho de uma mulher afetada e dela recebeu o gene a. O casal II-3 e II-4 é heterozigoto Aa, assim como o homem III-3, normal mas pai de duas pessoas doentes.

A mulher IV-1 é heterozigota porque é normal mas filha de uma mulher doente, de quem ela recebeu seguramente o gene a.

O genótipo do homem III-2 não pode ser determinado com precisão. Ele pode ser heterozigoto Aa ou homozigoto AA. Essa situação permanece indicada como A_.

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