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sexta-feira, 14 de junho de 2013
Raça - Raça em biologia 2 Raças humanas 3 Raças no Brasil - Trabalho Escolar - Sociologia.
Raça
A raça é um conceito que obedece diversos parâmetros para classificar diferentes populações de uma mesma espécie biológica de acordo com suas características genéticas ou fenotípicas; é comum falar-se das raças de cães ou de outros animais.1
A antropologia, entre os séculos XVII e XX, usou igualmente várias classificações de grupos humanos no que é conhecido como "raças humanas" mas, desde que se utilizaram os métodos genéticos para estudar populações humanas, essas classificações e o próprio conceito de "raças humanas" deixaram de ser utilizados,2 , persistindo o uso do termo apenas na política, quando se pede "igualdade racial" ou na legislação quando se fala em "preconceito de raça", como a lei nº 12.2883 , de 20 de julho de 2010, que instituiu, no Brasil, o “Estatuto da Igualdade Racial”. Um conceito alternativo e sinônimo é o de "etnia".
O vocábulo raça aparecia normalmente nos textos científicos (como os livros de geografia de Aroldo de Azevedo e a coleção "História das Raças Humanas", de Gilberto Galvão, que detalha todas as raças, com fotografias) até a década de 1970, quando começou a ser questionado como racismo, especialmente com o advento do politicamente correto na década de 1980. [carece de fontes?]. Do ponto de vista científico, como já demonstrou o Projeto Genoma, o conceito de raça não pode ser aplicado a seres humanos por não existirem genes raciais na nossa espécie; isso corrobora teses anteriores, que negavam a existência de isolamento genético dentre as populações. Assim, para a espécie humana "raça" corresponde a um conceito social, não a conceito científico.
Uma pesquisa do IBGE, divulgada em 22 de julho de 2011, revelou que a maioria dos brasileiros acredita que a cor e a raça do indivíduo influenciam o trabalho e a vida cotidiana das pessoas.4
O termo "raça" ainda é aceito normalmente para designar as variedades de animais domésticos e animais de criação como o gado (nelore, gir e zebu).
Abaixo discutem-se os conceitos biológicos de raça, várias definições históricas destes conceitos e um resumo da história e utilização das classificações de raças humanas.
Raça em biologia
Os zoólogos geralmente consideram a raça um sinónimo das subespécies, caracterizada pela comprovada existência de linhagens distintas dentro das espécies, portanto, para a delimitação de subespécies ou raças a diferenciação genética é uma condição essencial, ainda que não suficiente. Na espécie Homo sapiens - a espécie humana - a variabilidade genética representa 3 a 5% da variabilidade total, nos sub-grupos continentais, o que caracteriza, definitivamente, a ausência de diferenciação genética. Portanto, inexistem raças humanas do ponto de vista biopolítico matematicamente convencionado pela maioria. No "Código Internacional de Nomenclatura Zoológica" (4ª edição, 2000) não existe nenhuma norma para considerar categorias sistemáticas abaixo da subespécie.
Para os botânicos – de acordo com o "Código Internacional de Nomenclatura Botânica" - as variantes duma espécie são explicitamente denominadas "subespécies" (subsp.), variedades (var.) e formas (f.) que na verdade são matrizes das espécies. Por exemplo, para o pinheiro negro europeu, Pinus nigra, é aceite uma subespécie - Pinus nigra subsp. nigra na região oriental da sua área de distribuição, desde a Áustria e nordeste da Itália até à Crimeia e Turquia, com as seguintes variedades:
Pinus nigra subsp. nigra var. nigra – pinheiro negro austríaco;
Pinus nigra subsp. nigra var. caramanica - pinheiro negro turco; e
Pinus nigra subsp. nigra var. pallasiana - pinheiro negro da Crimeia.
Para alguns biólogos, a raça é um grupo distinto constituindo toda ou parte duma espécie. Uma espécie monotípica não tem raças, ou melhor a "raça" é toda a espécie. As espécies monotípicas podem apresentar-se de várias maneiras:
Todos os membros da espécie são semelhantes e então a espécie não pode ser dividida em subcategorias com significado biológico.
Os membros da espécie mostram considerável variação, mas esta ocorre aleatoriamente e também não tem significado biológico uma vez que a transmissão genética destas variações não é constante; é o que acontece com muitas plantas e é por isso que os horticulturistas interessados em preservar uma determinada característica evitam a propagação por sementes e usam métodos vegetativos.
A variação dentro de uma espécie é evidente e segue um padrão, mas não há divisões claras entre os diferentes grupos, mas apenas um gradiente de tamanhos, formas ou cores. Este tipo de variação clinal significa que existe um fluxo de genes substancial entre os grupos aparentemente separados que formam a(s) população(s) e é normal nas espécies monotípicas – e é o caso da espécie humana.
Uma espécie politípica tem raças distintas, que são grupos separados que normalmente não se cruzam geneticamente (embora possa haver zonas relativamente estreitas de "hibridização"), mas que poderiam cruzar-se e produzir descendentes com características mistas (ou iguais a cada um dos progenitores) se as condições ambientais o permitissem – normalmente isto passa-se entre populações geograficamente isoladas da mesma espécie, que podem ser consideradas subespécies ou variedades.
É importante notar que os grupos que normalmente não se cruzam, apesar de viverem na mesma área geográfica, não são raças, mas sim espécies diferentes. Os verdadeiros híbridos de espécies diferentes, como por exemplo, da égua com o jumento, dão sempre descendentes estéreis, como o são, os machos e as mulas.
O advento da síntese moderna e as técnicas moleculares para estudar o fluxo de genes levam alguns biólogos a rejeitar a noção de "raça" e até de "subespécies".
Definições biológicas de raça (Long e Kittles, 2003).
Conceito Referência Definição
Essencialismo Hooton (1926) "A raça é a grande divisão do género humano, caracterizado como grupo por partilhar uma certa combinação de características derivadas da sua descendência comum, mas que constituem um vago fundo físico, normalmente obscurecido pelas variações individuais e mais facilmente apreendido numa imagem composta."
População Dobzhansky (1970) "Raças são populações mendelianas geneticamente distintas. Não são populações individuais nem genótipos específicos, mas consistem em indivíduos que diferem geneticamente entre si."
Taxonomia Mayr (1969) "Raça é um agregado de populações fenotipicamente similares duma espécie, habitando uma subdivisão da área geográfica de distribuição da espécie e diferindo taxonomicamente de outras populações dessa espécie."
Linhagem Templeton (1998) "Uma subespécie (raça) é uma linhagem evolucionariamente distinta dentro duma espécie. Esta definição requer que a subespécie seja geneticamente diferenciada devido a barreiras à troca de genes que persistiram durante longos períodos de tempo, ou seja, a subespécie deve ter uma continuidade histórica, para além da diferenciação genética observada."
Raças humanas
Já os egípcios classificavam os seres humanos com base na cor de pele: vermelho- egípcios, amarela- asiáticos, branca- populações do norte, preta- populações subsarianas, etc. Vários investigadores demonstraram que a distância genética é fortemente associada à distância geográfica entre as populações, esta associação torna-se mais forte se tivermos em conta as migrações entre continentes ao longo de toda a história da humanidade5 .
O conceito de raças humanas foi usado pelos regimes coloniais e pelo apartheid (na África do Sul), para perpetuar a submissão dos colonizados; actualmente, só nos Estados Unidos se usa uma classificação da sua população em raças, alegadamente para proteger os direitos das minorias.6
A definição de raças humanas é principalmente uma classificação de ordem social, onde a cor da pele e origem social ganham, graças a uma cultura racista, sentidos, valores e significados distintos. As diferenças mais comuns referem-se à cor de pele, tipo de cabelo, conformação facial e cranial, ancestralidade e, em algumas culturas, genética. O conceito de raça humana não se confunde com o de sub-espécie e com o de variedade, aplicados a outros seres vivos que não o homem(embora humanos e animais estejam exatamente sobre o mesmo tipo de seleção genética, apesar das pomposas fachadas pseudo-civilizatórias). Por seu caráter controverso (seu impacto na identidade social e política), o conceito de raça é questionado por alguns estudiosos como constructo social; entre os biológos, é um conceito com certo descrédito por não se conformar a normas taxonômicas aceites.
Algumas vezes utiliza-se o termo raça para identificar um grupo cultural ou étnico-lingüístico, sem quaisquer relações com um padrão biológico. Nesse caso pode-se preferir o uso de termos como população, etnia, ou mesmo cultura.
A primeira classificação dos homens em raças foi a "Nouvelle division de la terre par les différents espèces ou races qui l'habitent" ("Nova divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a habitam") de François Bernier, publicada em 1684. No século XIX, vários naturalistas publicaram estudos sobre as "raças humanas", como Georges Cuvier, James Cowles Pritchard, Louis Agassiz, Charles Pickering e Johann Friedrich Blumenbach. Nessa época, as "raças humanas" distinguiam-se pela cor da pele, tipo facial (principalmente a forma dos lábios, olhos e nariz), perfil craniano e textura e cor do cabelo, mas considerava-se também que essas diferenças reflectiam diferenças no conceito de moral e na inteligência, pois uma caixa cranial maior e/ou mais alta representava um cérebro maior, mais alto e por consequencia maior quantidade de células cerebrais).
A necessidade de descrever os "outros" advém do contacto social entre indivíduos e entre grupos diferentes. No entanto, a classificação de grupos traz sempre consequências negativas, principalmente pelo facto dos termos empregados poderem ser considerados pejorativos pelos grupos visados (ver, por exemplo ameríndio e hotentote). Tradicionalmente, os seres humanos foram divididos em três ou cinco grandes grupos de linhagem (dependendo de interpretação), mas a denominação de cada um – pelo motivo indicado – tem variado ao longo do tempo:
Mongoloide (raça amarela): povos do leste e sudeste asiático, Oceania (malaios e polinésios) e continente americano (esquimós e ameríndios).
Caucasoide (raça branca): povos de todo o continente europeu, norte da África e parte do continente asiático (Oriente Médio e norte do Subcontinente Indiano).
Negroide (raça negra): povos da África Subsaariana.
Os outros dois grupos de linhagem humana poderiam ser:
Australoide: sul da Índia (drávidas), negritos das Ilhas Andaman (Oceano Índico), negritos das Filipinas, aborígenes de Papua-Nova Guiné, aborígenes da Austrália e povos melanésios da Oceania.
Capoide: tribos Khoisan (extremo sul do continente africano).
Apesar de poderem ser considerados como dois grupos distintos de linhagem humana, australoides e capoides também podem ser considerados como negroides, de acordo com essa mesma classificação tradicional.
Como qualquer classificação, esta é imperfeita e, por isso, ao longo do tempo, foram sendo usados outros termos, principalmente para grupos cujas características não se ajustavam aos grupos "definidos", como é o caso dos pardos para indicar os indígenas do sub-continente indiano, entre outros. De notar que, a par desta classificação baseada em características físicas, houve sempre outras, mais relacionadas com a cultura, principalmente a religião dos "outros", como os mouros ou "infiéis", como os europeus denominavam os muçulmanos, ou os judeus.
No início do século XX, Franz Boas pôs em causa a noção de raça e foi seguido por outros antropólogos, como Ashley Montagu, Richard Lewontin e Stephen Jay Gould. Contudo, alguns poucos cientistas como J. Philippe Rushton, Arthur Jensen, Vincent Sarich e Frank Miele (autores de "Race: The Reality of Human Differences") proclamam que não só essa tese é falsa, mas que foi politicamente motivada e não tem bases científicas.
Existem também estudos que procuram mostrar que a percepção social da cor como definidora de uma divisão humana em "raças" não é mais do que uma construção sócio-cultural. Assim, durante a montagem do sistema escravista moderno, no qual milhões de africanos foram transferidos compulsoriamente para as Américas para o trabalho escravo, fortaleceu-se o conceito de uma "raça negra", superpondo-se a toda uma grande quantidade diferenças étnicas que existiam na África, e que ainda existem hoje. Os africanos nas sociedades que precederam o moderno sistema escravista, não se viam como "negros", tal como sustenta José D'Assunção Barros em seu livro A Construção Social da Cor (2009). Na África, os africanos enxergavam-se a partir de identidades étnicas diferenciadas, e não de uma única "raça negra", um conceito que para eles não existia. Os interesses do tráfico levavam os comerciantes a motivar a diferença étnica na ponta africana do tráfico negreiro, pois os comerciantes de escravos conseguiam escravos das guerras intertribais, nas quais as tribos vencedoras vendiam os indivíduos pertencentes às tribos vencidas. Mas, ao mesmo tempo, na ponta final do processo de escravização, quando o escravo deveria ser vendido nas Américas e incorporado ao trabalho no sistema colonial, já interessava aos comerciantes e senhores de engenhos - ou ao sistema escravista, de modo geral - criar uma categoria única para os "negros" africanos, inclusive misturando africanos procedentes das várias etnias de modo a que não se concentrassem eem um mesmo local indivíduos pertencentes a uma mesma etnia de origem na´´Africa, pois os vínculos de identidade poderiam favorecer as revoltas. Percebe-se, portanto, que a construção da idéia de "negro", à altura da montagem do sistema escravista, foi um processo complexo, que recobriu, embora sem eliminá-las totalmente, as etnias africanas de origem.
Análises genéticas recentes permitem que a evolução e migrações humanas seja representado duma forma cladística. Estes estudos indicam que, como pensam os que defendem a teoria da origem única, a África foi o berço da humanidade, outros defendem a teoria da origem multiregional7 . Verificou-se que os aborígenes australianos foram originados num grupo que se isolou dos restantes há muito tempo e que todos os outros grupos, incluindo "europeus", "asiáticos" e "nativos americanos" perfazem um único grupo monofilético resultante das migrações para fora do continente africano e que poderia dividir-se no equivalente aos oeste- e leste "euro-asiáticos", reconhecendo sempre haver muitos grupos intermédios.
Raças no Brasil
O geógrafo Aroldo de Azevedo classificou as "raças" no Brasil como sendo:
Preto, depois chamado negro, e atualmente afro-brasileiro, o escravo, dividido em várias raças: banto, banguela, congo e mina.
branco, o europeu imigrado para o Brasil.
negro da terra, o índio, dividido em várias nações.
mulato, oriundo do cruzamento do branco com o negro.
caboclo, oriundo do cruzamento do branco com o índio.
cafuz ou cafuzo, oriundo do cruzamento do índio com o negro.
cabra: oriundo do cruzamento do mulato com o negro.
Alguns autores da historiografia luso-brasileira são importantes para compreendermos as interpretações em torno do conceito de raça no Brasil. Essa revisão também contribui para que possamos vislumbrar as transformações e as continuidades a cerca das concepções e das classificações de raça articuladas por intelectuais de outras áreas, como a do geógrafo Aroldo de Azevedo, demonstrada acima.
Na primeira metade do século XIX, José Bonifácio de Andrade e Silva demonstrou em seu trabalho uma preocupação referente a diversidade de raças existentes no território brasileiro. Sobre isso Lopes alega: Diversas vezes ao longo de sua obra, Bonifácio manifestou a preocupação com a heterogeneidade da formação social no Brasil, produzindo inúmeras recomendações sobre como forjar o cidadão adequado as novas exigências do tempo.8 Bonifácio destacou em seu projeto os sentidos atribuídos a noção de raça no Brasil e os lugares reservados aos grupos sociais dentro desta tipologia na construção de um projeto nacional. Essa proposta foi desenvolvida tendo como plano de fundo os ideais de civilização e de nacionalidade difundidos por Bonifácio nos círculos institucionais e intelectuais no momento em que se destacava o reformismo ilustrado português.
Na obra "Representação", publicada em 1825, José Bonifácio evidenciou uma proposta que previa a cessação gradual do tráfico negreiro e da escravidão, visto que a proliferação de panfletos alertavam a possibilidade de uma revolta de escravos ou a eclosão de uma onda denominada “Haitismo”, devido ao episódio da ilha de São Domingos. Assim, Bonifácio argumentou que a escravidão tiranizava e reduzia os negros à condição de “brutos animais” e “inoculavam toda a sua imoralidade e todos os seus vícios”9 Bonifácio concluiu que a nação brasileira teria na sua constituição a marca da heterogeneidade física e civil, já que a população era composta por negros, índios, mestiços e brancos. Logo, seu entendimento em torno do conceito raça destacava estas quatro classificações étnicas, sendo a mestiçagem um produto da relação entre as mesmas.
Em 1840 o rótulo “miscigenação racial” apareceu em um concurso promovido pelo Instituto de História e Geografia Brasileira – IHGB. Neste momento, destacou-se a tese “Como se escrever a história do Brasil” do naturalista alemão Karl Friedrich Philipp von Martius. Este afirmou que para compreender a história brasileira era necessário levar em conta e estudar a mistura das três raças o que seria um dos constituintes da identidade nacional e o alicerce para a construção do mito da democracia racial proferido por Gilberto Freyre no século XX. Como naturalista ilustrado, Martius priorizou a contribuição portuguesa apontando o branco como o civilizador. O indígena teve atenção, pois se considerava a possibilidade de utilizá-lo como representante da nacionalidade brasileira na construção de um mito nacional. Quanto ao negro, Martius chegou a citar sua influência na formação cultural brasileira, todavia, destacando-o como um empecilho no processo de civilização.
Em 1850 foi publicada a tese determinista do conde Arthur de Gobineau que defendia as virtudes civilizatórias do branco europeu. Em 1853 Gobineau publicou o Ensaio Sobre a Desigualdade das Raças (1853-1855). Nesta obra, justificou as diferenças sociais entre negros e brancos pela inferioridade biológica do africano. A partir desta contestação, sua tese alega que a desigualdade seria superada com o branqueamento dos negros que dessa forma assimilariam a cultura européia, logo se civilizando. Gobineau esteve no Brasil como embaixador francês. Foi amigo pessoal de D. Pedro II e desembarcou na ex-colônia portuguesa em 1869.
No estatuto de 1851 foi lançada a proposta de incorporar aos estudos desenvolvidos pelo IHGB linhas de pesquisas nos campos da etnografia e da arqueologia, em específico que tratassem da cultura indígena brasileira. Assim, através de uma argumentação científica poderia se’ explicar a inferioridade desta cultura frente a cultura civilizatória. No, entanto nota-se também um movimento na literatura que busca demonstrar o indígena como ícone da essência nacional brasileira.
A publicação História Geral do Brasil de Francisco Adolpho de Varnhagen em 1854 com o patrocínio imperial, não priorizou o estudo em torno das raças, nem mesmo se fundamentou na tese de Gobineau. Nota-se apenas a contribuição do autor ao informar sobre os costumes e sobre as crenças dos tupis, identificando-os como bárbaros e selvagens e se opondo ao projeto romântico que visava transformar o índio em ícone nacional. O negro, assim como, os aspectos de suas culturas não foram mencionados. A idéia de miscigenação permanece oculta na obra de Varnhagen.
Joaquim Nabuco também foi outro autor que problematizou a questão da raça no Brasil. Afirmou que a atribuição negativa a raça negra se justificou pela escravidão, dessa forma não se podia alegar que os aspectos pejorativos eram inerentes a raça. A redução dos negros ao cativeiro, logo, provocou uma mestiçagem através de meios negativos, segundo Nabuco, como pela promiscuidade, pelo abuso nas senzalas e pelo concubinato.
Todavia, em seu discurso também se destacou o tom pejorativo em relação a cultura negra: “O principal efeito da escravidão sobre a nossa população foi, assim, africanizá-la, saturá-la de sangue preto, como o principal efeito de qualquer empresa de imigração da China seria mongolizá-la, saturá-la de sangue amarelo”.10 Essa afirmação demonstra uma concepção corrente no século XIX a qual empregava generalizações visando compreender as sociedades humanas divididas pela língua, pela raça e pela cor da pele, sendo a formação européia sobressalente as demais. Daí a idéia de povos civilizados e de povos bárbaros e incultos disseminada pelo racismo cientifico. A partir disso, Nabuco apresentou a seguinte concepção: “a história do mundo é a prova de que as raças mais inteligentes, mais brilhantes, postas em contato com raças inferiores, são muitas vezes vencidas e sucumbem. 11
Dentro da concepção difundida pela teoria das raças destacam-se também os trabalhos de Nina Rodrigues. Este afirmou que o povo brasileiro seria formado pela junção entre indígenas, brancos e negros. Fundamentando-se na linha evolucionista da escola histórica protagonizada pelo conde Arthur de Gobineau que defendeu a raça como fator determinante na história humana. Assim como Nabuco, Rodrigues percebeu os sinais de africanização na constituição da cultura brasileira, ou seja, uma explícita influência negra na língua, na educação, nas maneiras sociais e nas práticas religiosas, entendidos como sintomas do atraso e da barbárie. Logo, destinou aos africanos e aos seus descendentes o patamar de atraso e de inferioridade. Euclides da Cunha, Silvio Romero e Mello Moraes também são outros nomes da intelectualidade brasileira que se inspiraram na raciologia para compreender a relação entre civilização e mestiçagem no Brasil.
O trabalho de Capistrano de Abreu que marcou o início do século XX na produção historiográfica brasileira não se diferenciou muito dos trabalhos citados no que diz respeito a concepção de raça no Brasil. Vainfas alega que o historiador reproduziu estereótipos sobre os negros e sobre os mestiços, por exemplo, afirmando que eram indóceis e abusados. Assim, Capistrano, em certa medida, também sofreu influências de uma raciologia cientificista despertada na Europa e interiorizada pela elite intelectual brasileira. No entanto, é possível observar uma abordagem mais cultural em sua obra, por exemplo, quando discute sobre a diversidade em torno dos costumes e das particularidades regionais do Brasil.
Gilberto Freyre cujo trabalho possui direta influência de Capistrano, confronta os pressupostos da raciologia predominante em vários pensadores do século XIX, quando sugere a fusão também no sentido cultural, não somente a genética com o propósito de branqueamento. Esse argumento se apresenta diretamente influenciado pela sua formação na antropologia culturalista de Franz Boas da escola norte-americana. Portanto, essa visão que destaca a mescla entre a miscigenação e a cultura, tentando destacar aspectos também civilizatórios das culturas indígenas e africana, fica evidenciada na sua publicação Casa-grande e senzala (1933) a qual apresenta os cenários desta miscigenação racial e cultural, segundo Vainfas. Em 1934 Freyre organiza no Recife o 1° Congresso de Estudos Afro-Brasileiros.
Neste momento, entre as décadas de 20 e de 30, na Europa despertava o movimento de intelectuais negros, como Leopold Sedar Senhgor, Aimé Cesaire, que reivindicavam a dissolução dessa concepção que prorrogava a superioridade da raça branca em relação as demais, difundida pelas escolas de teorias raciais no século XIX, conforme Skidmore, e mesmo antes disso, em alguns registros historiográficos. Estes africanos e afro-descendentes se mobilizaram no sentido combater os propósitos racistas do processo de colonização, assim como, de resgatar a integridade e a identidade negra, levando em conta suas matrizes sócio-culturais na defesa de um Pan africanismo.
Retomando as primeiras organizações destes intelectuais, Diouf salienta que o Congresso Pan-Africano ocorrido em 1919 em Londres, sob a iniciativa do advogado da Trinidade, Henry Sylvestre Williams, teve a participação de negros provenientes da África, dos Estados Unidos e das Antilhas.12
A partir disso, tornou-se viável o surgimento dos Movimentos negros na segunda metade do século XX. O marco fundador destes foi atribuído ao movimento Black Power lançado nos EUA em 1960 o qual difundiu o conceito de negritude à diáspora caribenha e sulamericana. No Brasil o movimento negro se revelou na década de 70 com as iniciativas políticas e culturais as quais valorizavam a negritude e promoviam uma consciência negra.13 Neste momento destaca-se o envolvimento político e cultural do Bloco Afro Ilê Aiyê em Salvador, Bahia.
Em 2001 foi articulado o plano de ação contra o racismo, discriminação social e xenofobia, articulado na África do Sul, Durbam, que teve suma importância na difusão de propostas afirmativas em outros países. No Brasil em 2003, foi sancionada a lei 10.639 com o caráter de política de educação. Esta vincula a rede de ensino a abordagem da História da África e da Cultura afro-brasileira, a fim de desmistificar as abordagens eurocêntricas sobre o negro africano e sobre o afro-brasileiro.14 Em 2011 a lei foi modificada incluindo o ensino das culturas indígenas brasileiras.
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Compreensão - Trabalho Escolar - Sociologia.
Compreensão
A compreensão é um processo psicológico relacionado com um objecto físico ou abstrato, tal como uma pessoa, situação ou mensagem, pelo qual alguém é capaz de pensar sobre isso e usar conceitos para lidar adequadamente com esse objecto, entender, ter noção, saber, conhecimento, etc. Condição ou sentimento de aceitação ou entendimento para com uma atitude, sentimento, ou fato, relacionado ou não com sua pessoa ou outras, direta ou indiretamente, ou seus interesses e julgamento.
tal como oato de compreender alguem ou algo
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Coerção - Trabalho Escolar - Sociologia.
Coerção
Coerção o ato de induzir, pressionar ou compelir alguém a fazer algo pela força, intimidação ou ameaça.
A mais óbvia forma de motivação de pessoas ou equipes é a coerção, onde evitar a dor ou outras consequências negativas tem um efeito imediato sobre suas vítimas.
Juridicamente, é o "direito de usar a força" por parte do Estado. A grande maioria das pessoas usa incorretamente o termo coação como sinônimo de coerção. Esse, substantivo feminino, deriva do verbo coagir. Aquele, também substantivo, deriva do verbo coar.
Quando tal coerção é permanente, é considerada escravidão. Embora a coerção seja considerada moralmente repreensível em muitas filosofias, ela é largamente praticada em prisioneiros ou na forma de convocação militar. Críticos do capitalismo moderno acusam que sem redes de proteção social, a “escravidão salarial” é inevitável. Já os liberais veem os impostos como uma coerção estatal.
Em gerenciamento de equipes, a coerção é considerada o pior tipo de comportamento. Envolve convencer outros participantes a agir usando ameaças ativas ou passivas. "Lembrar" um subordinado que executar uma determinada tarefa de maneira específica vai refletir na avaliação de performance é uma tática de coerção muito comum.
A pressão da coerção é acumulativa. Com o tempo, a coerção mina a autoridade da liderança, estimula a rebeldia, a falta de lealdade e a fuga de talentos. Se usada frequentemente, pode perder seu efeito intimidador, gerando comportamentos profissionalmente "suicidas" por parte de suas vítimas: isso ocorre quando a própria coerção passa a ser menos suportável do que as consequências da ameaça utilizada.
Outra consequência da coerção é que a pressão psicológica gerada no subordinado, com o tempo gera efeitos negativos na saúde do mesmo.
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Classe social - Primórdios 2 Capitalismo moderno 3 Classes sociais no Brasil 4 Classes sociais nos Estados Unidos - Trabalho Escolar - Sociologia.
Classe social
Uma classe social é um grupo de pessoas que têm status social similar segundo critérios diversos, especialmente o econômico. Diferencia-se da casta social na medida em que ao membro de uma dada casta normalmente é impossível mudar de status.
Segundo a óptica marxista, em praticamente toda sociedade, seja ela pré-capitalista ou caracterizada por um capitalismo desenvolvido, existe a classe dominante, que controla direta ou indiretamente o Estado, e as classes dominadas por aquela, reproduzida inexoravelmente por uma estrutura social implantada pela classe dominante. Segundo a mesma visão de mundo, a história da humanidade é a sucessão das lutas de classes, de forma que sempre que uma classe dominada passa a assumir o papel de classe dominante, surge em seu lugar uma nova classe dominada, e aquela impõe a sua estrutura social mais adequada para a perpetuação da exploração.
A divisão da sociedade em classes é consequência dos diferentes papeis que os grupos sociais têm no processo de produção, seguindo a teoria de Karl Marx. É do papel ocupado por cada classe que depende o nível de fortuna e de rendimento, o gênero de vida e numerosas características culturais das diferentes classes. Classe social define-se como conjunto de agentes sociais nas mesmas condições no processo de produção e que têm afinidades políticas e ideológicas.
Primórdios
Na Idade Média, a classe dominante era formada pelos senhores feudais, donos das terras através da aplicação de compulsão e coerção(Uso da força física ou ameaça direta ou indireta ao indivíduo podendo atingir sua moral a fim de levá-lo a praticar uma ação que o mesmo não tem vontade própria de praticá-la.), e a classe dominada era formada pelos camponeses. Uma classe à parte era a classe dos guerreiros, que era composta pelos nobres sem terras e podiam passar para uma classe dominante caso recebessem terras como prêmio de suas conquistas.
Capitalismo moderno
A partir da Idade Contemporânea, com o desenvolvimento do sistema capitalista industrial (e mesmo do pós-industrial), normalmente existe a noção de que as classes sociais, em diversos países, podem ser dividas em três níveis diferentes, dentro dos quais há subníveis. Atualmente, a estratificação das classes sociais segue a convenção baixa, média e alta, sendo que as duas primeiras designam o estrato da população com pouca capacidade financeira, tipicamente com dificuldades económicas, e a última possui grande margem financeira.
A classe média é, portanto, o estrato considerado mais comum e mais numeroso, que, embora não sofra de dificuldades, não vive propriamente com grande margem financeira. Nota-se, porém, que, nos países de Terceiro Mundo, a classe média é uma minoria e a classe baixa é a maioria da população. Desta interpretação, é possível encontrar outras classes, de acordo a Fundação Getúlio Vargas, entretanto a avaliação ideal seria por bens disponíveis e não pela renda. Já o DIEESE utiliza uma classificação por salários mínimos [1]:
Até 1 Salário Mínimo (miserável)
De 1 a 2 Salários Mínimos (baixa)
De 3 a 5 Salários Mínimos (média baixa)
De 6 a 10 Salários Mínimos (média)
De 11 a 19 Salários Mínimos (média alta)
20 ou mais Salários Mínimos (alta)
Outra classificação da consultoria Target, na qual "classe A1" simboliza a população rica tradicional, destinguida dos "novos ricos":
Classe A1: inclui as famílias com renda mensal maior que R$ 14.400
Classe A2: maior que R$ 8.100
Classe B: maior que R$ 4.600
Classe C: maior que R$ 2.300
Classe D: maior que R$ 1.400
Classe E: maior que R$ 950
Classe F: maior que R$ 400
Classe H: Bolsa Família Média de 2013 = R$ 97,00
Classes sociais no Brasil
1
São frequentes as análises sobre a organização das classes socioeconômicas no Brasil. Atualmente, observa-se no país uma estrutura social típica de qualquer nação capitalista contemporânea, com três classes distintas. Justamente como qualquer nação em desenvolvimento, o maior contingente populacional se encontra classificado como parte das classes sociais mais baixas.
Embora sejam vistas como uma instituição social já antiga, as classes sociais tais como as conhecemos no Brasil atual tem suas origens datadas de 1950 aproximadamente, quando o país passou a vivenciar um verdadeiro boom de crescimento econômico que duraria até 1980 aproximadamente. Foi exatamente esse furor econômico que possibilitou a criação de algo até então inédito na história do país, a classe média brasileira.
Em uma rápida análise da organização dessas classes no país, percebe-se a seguinte distribuição:
Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, um tradicional bairro de classe média alta e alta do Brasil; É no bairro, inclusive, que está o metro quadrado residencial mais caro do Brasil2 3 , ultrapassando os US$12 mil.
Vista dos Jardins, na cidade de São Paulo, reduto municipal das classes mais abastadas.
A classe mais abastada e com maior poder de renda, é composta de quatro grupos sociais distintos.
Sendo que há exceções, por que existem famílias nobres (elite tradicional, ilustres e que detinham grande fortuna antigamente), e também outras que também são relativamente antigas, ilustres e que detiveram grandes fortunas antigamente mas que não são tão tradicionais (antigas) e ilustres quanto as famílias nobres, portanto, as pessoas que pertencem a este grupo, embora não tenham um ganho mensal altíssimo como os empresários e executivos de sucesso, estes vivem na classe alta, tem um status social elevado e, normalmente, participam de associações elitistas.
Os grupos sociais da classe social mais abastada são:
os que dirigem diretamente a maquinaria capitalista do país. Composto por grandes empresários, grandes banqueiros, grandes acionistas, grandes fazendeiros, grandes industriais, etc.
os que gravitam em torno desse núcleo principal. Composto de diretores, assessores e gerentes de grandes empresas e indústrias em geral, e também de donos de empresas que assessoram as maiores.
os altos funcionários do Estado brasileiro. Composto por juízes, desembargadores, funcionários bem situados dentro dos três poderes, presidentes de empresas estatais, promotores, políticos, professores universitários bem graduados, funcionários estatais eleitos, militares de alto escalão, etc.
os que sobrevivem dos gastos dos quatro grupos, ou seja, aqueles que prestam serviços indiretamente ou atendem diretamente a classe mais abastada, e pelo seu ganho, pertencem a ela. Tendo suas variações, como profissionais liberais bem-qualificados ou que ocupam funções políticas e/ou de direção. Composto por médicos, advogados, engenheiros e arquitetos conceituados, proprietários de bares chiques, de clubes, de academias caras, de colégios particulares, de cursos de línguas conceituados, de construtoras famosas e tradicionais, especialistas, etc.
Tendo as suas exceções.
Panorama de um bairro de classe média da cidade de São Paulo.
É com base na alta renda desses grupos sociais que se forma uma nova camada de clientes. Discute-se então a nova classe média brasileira, criada pela expansão do emprego público e pela criação de empregos privados que exigiam qualificação intermediária.
os trabalhadores que prestam serviços diretamente aos grupos mais ricos. Em suma, cozinheiros-chefes, pilotos e motoristas bem-qualificados, vendedores de lojas mais caras, empregadas domésticas mais qualificadas, professores doutorados de colégios e universidades particulares e de cursinhos, seguranças bem-qualificados, etc.
os profissionais com ensino superior empregados em funções medianas em empresas. Composto por chefes em geral, analistas, engenheiros recém-formados, plantonistas de clínicas particulares, professores sem doutorado do colegial de colégios privados, etc.
os profissionais com ensino superior, funcionários públicos em empregos bem situados. Composto por médicos do sistema público, advogados e funcionários concursados.
os funcionários de escritório mais qualificados, de empresas ou do governo. Composto por diretores e supervisores de colégios e escolas públicas, bancários de postos intermediários, delegados de polícia em início de carreira, enfermeiras experientes, etc.
os trabalhadores manuais de maior qualificação e os operários especializados de indústrias públicas e privadas. Composto por mecânicos, eletricistas e encanadores de competência e renome, metalúrgicos, fresadores, instrumentistas, inspetores de qualidade, torneiros mecânicos, etc.
Tendo as suas exceções.
Vista da favela da Rocinha na cidade do Rio de Janeiro.
Vale lembrar que a classe média brasileira está plenamente integrada nos modernos padrões de consumo de massas. O padrão de consumo da classe média também é muito beneficiado por serviços baratos, fornecidos por classes mais baixas:
os que prestam serviços a baixos preços às classes médias. Composto por empregadas domésticas pouco qualificadas, cozinheiros pouco qualificados, garçons, vendedores de lojas baratas, cabeleireiros mal-pagos, pedreiros, etc.
os trabalhadores industriais menos (ou não) qualificados. Composto por outros operadores industriais.
os funcionários não-qualificados de escritórios. Composto por aqueles que prestam serviços aos que trabalham dentro dos escritórios, tais como os Office e Moto boys e faxineiros.
os funcionários não-qualificados do Estado. Tais como os faxineiros, limpadores de rua, merendeiras, jardineiros de praças públicas, etc.
Trabalhadores rurais de pequenas propriedades familiares.
Fora da distribuição de classes acima mencionada temos aqueles que estão desempregados ou aqueles que não possuem terras, já que ambos não possuem renda.
A desigualdade social é uma das mais marcantes características da sociedade brasileira.
A distribuição de classes no Brasil é distorcida pela desigualdade social. Os 10 % mais ricos da população nacional, ou seja, toda a classe alta brasileira, chegavam, em 1980, a controlar 50,9% de toda a renda disponível no país. Se somarmos a esse contingente a parte mais rica da classe média brasileira, ou seja, outros 10 % da população nacional, notaremos que essa parcela de apenas 20% controlaria quase 67% de toda a renda nacional.
É com base nessa constatação importante que se diz [carece de fontes?] que no Brasil a sociedade é fraturada em três mundos. O “Primeiro Mundo” vivido pela classe alta, onde as características do próprio primeiro mundo aparecem extremadas; o “Segundo Mundo” das classes médias, que não passam de uma imitação mais barata do “primeiro mundo” das classes altas; e por fim temos o “Terceiro Mundo” das classes mais baixas, mantidas em condições de pobreza e miséria, longe de serem incluídas no mercado de consumo de massas.
Classes sociais nos Estados Unidos
A estrutura social dos Estados Unidos é um conceito vagamente definido que faz uso de termos e percepções comumente usados no país. Entre eles estaria a renda anual do lar, o nível de educação e a ocupação daqueles que estão em idade economicamente ativa. Embora seja possível identificar dezenas de classes sociais nos Estados Unidos apenas fazendo o uso de tais critérios, a maior parte dos americanos utiliza um sistema de cinco ou seis classes para descrever sua sociedade. Tipicamente, são essas as classes que são comumente identificadas na atual sociedade americana:
Subúrbios americanos são frequentemente citados como redutos da classe média. San Jose, Estados Unidos.
Moradias improvisadas às margens de uma linha de trem de Los Angeles.
A Classe Alta (Upper Class); Aqueles com enorme influência, riqueza e prestígio. Membros desse grupo têm uma tremenda influência sobre as principais instituições do país. Essa classe compõe cerca de 1% da população total do país e retêm em torno de um terço de todas as riquezas. Têm renda igual ou superior a US$ 200.000 anuais (R$30.000 por mês).4
A Classe Média-Alta (Upper-Middle Class); A Classe média-alta consiste dos chamados "profissionais do colarinho-branco" com alta qualificação (certificados, diplomas, cursos, doutorados, pós-doutorados, etc.) e uma renda alta. Os trabalhadores dessa classe normalmente gozam de grande liberdade e autonomia no ambiente de trabalho, fato que resulta em uma alta taxa de satisfação em relação aos seus empregos. Considerando sua renda média, aqueles que compõe essa classe são cerca de 15% da população americana (de acordo com os estudos de Thompson, Hickey e Gilber). Sua renda varia de US$62.500 a US$150.000 anuais (R$9.300 a R$22.000 por mês).5 6
Classe Média (Middle Class); São profissionais de qualificação intermediária, podendo ou não possuir educação superior. A transferência de empregos para países em desenvolvimento aparece como sendo o principal problema desse estrato social, afetando a sensação de segurança no emprego.7 Famílias típicas dessa classe possuem, em média, renda dupla combinada (dois indivíduos trabalham) e portanto têm uma renda equivalente àqueles profissionais da classe média-alta (como os advogados). No geral, possuem uma renda que pode variar de US$32.000 até US$62.500 anuais (R$4.800 a R$9.300 por mês).7
Classe Trabalhadora (Working Class); De acordo com alguns estudiosos como Michael Zweig, essa classe pode chegar a representar a maioria da população americana e pode também ser chamada de "Classe média-baixa (Lower Middle Class).8 Ela inclui os chamados "profissionais de colarinho-azul" assim como alguns "colarinhos-brancos" que ganham salários relativamente baixos, além de não possuirem na diplomas de ensino superior. Perfazem cerca de 45% da população americana que não freqüentou o ensino superior. Possuem renda que pode variar de US$15.000 até US$32.000 anuais (R$2.250 a R$4.800 por mês).
Classe Baixa (Lower Class); Essa classe inclui os pobres e os membros sem instrução e marginalizados da sociedade americana. Embora grande parte desses indivíduos possua emprego, é comum que fiquem no limiar da pobreza. Muitos só possuem o diploma de conclusão do colegial. Possuem renda inferior a US$15.000 anuais (R$2.250 por mês).
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Anomia - Trabalho Escolar - Sociologia.
Anomia
A anomia1 é um estado de falta de objetivos e perda de identidade, provocado pelas intensas transformações ocorrentes no mundo social moderno. A partir do surgimento do Capitalismo, e da tomada da Razão, como forma de explicar o mundo, há um brusco rompimento com valores tradicionais, fortemente ligados à concepção religiosa.
A Modernidade, com seus intensos processos de mudança, não fornece novos valores que preencham os anteriores demolidos, ocasionando uma espécie de vazio de significado no cotidiano de muitos indivíduos. Há um sentimento de se "estar à deriva," participando inconscientemente dos processos coletivos/sociais: perda quase total da atuação consciente e da identidade.
Este termo foi cunhado por Émile Durkheim em seu livro O Suicídio. Durkheim emprega este termo para mostrar que algo na sociedade não funciona de forma harmônica. Algo desse corpo está funcionando de forma patológica ou "anomicamente." Em seu famoso estudo sobre o suicídio, Durkheim mostra que os fatores sociais - especialmente da sociedade moderna - exercem profunda influência sobre a vida dos indivíduos com comportamento suicida.
Segundo Robert King Merton, anomia significa uma incapacidade de atingir os fins culturais. Para ele, ocorre quando o insucesso em atingir metas culturais, devido à insuficiência dos meios institucionalizados, gera conduta desviante. O seu pensamento popularizou-se em 1949 graças ao seu livro: Estrutura Social e Anomia.
A teoria da anomia de Merton explica por que os membros das classes menos favorecidas cometem a maioria das infrações penais, e crimes de motivação política (terrorismos, saques, ocupações) que decorrem de uma conduta de rebeliões, bem como comportamentos de evasão como o alcoolismo e a toxicodependência.
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Sociologia da violência e da criminalidade - Trabalho Escolar - Sociologia.
Sociologia da violência e da criminalidade
A Sociologia da Violência e da Criminalidade, como o próprio nome indica, trata das questões referentes aos fenômenos sociais da violência e da criminalidade. Violência difere-se da criminalidade por que existem crimes que não são cometidos com violência física. No sentido contrário existem atos violentos que não constituem crime. Por exemplo, uma luta de boxe ou de karatê olímpicos. Esses esportes pressupõem golpes violentos que muitas vezes fraturam ou provocam cortes nos praticantes, nem por isso constitui-se crime. Já uma briga de rua, onde os oponentes saem feridos, não só se trata de um crime (vandalismo, lesão corporal) como possui caráter violento. A Sociologia da Violência e da Criminalidade também estuda as principais teorias criminológicas da criminologia e as diversas escolas formadas a partir do século XX.
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Sociologia da violência e da criminalidade - Trabalho Escolar - Sociologia.
Sociologia da violência e da criminalidade
A Sociologia da Violência e da Criminalidade, como o próprio nome indica, trata das questões referentes aos fenômenos sociais da violência e da criminalidade. Violência difere-se da criminalidade por que existem crimes que não são cometidos com violência física. No sentido contrário existem atos violentos que não constituem crime. Por exemplo, uma luta de boxe ou de karatê olímpicos. Esses esportes pressupõem golpes violentos que muitas vezes fraturam ou provocam cortes nos praticantes, nem por isso constitui-se crime. Já uma briga de rua, onde os oponentes saem feridos, não só se trata de um crime (vandalismo, lesão corporal) como possui caráter violento. A Sociologia da Violência e da Criminalidade também estuda as principais teorias criminológicas da criminologia e as diversas escolas formadas a partir do século XX.
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Sociologia urbana - Trabalho Escolar - Sociologia.
Sociologia urbana
A sociologia urbana é o ramo da Sociologia que trata do estudo das relações sociais (entre indivíduos, grupos e agentes sociais) dentro do espaço urbano. Em síntese, portanto, a sociologia urbana constitui-se de forma geral como a base dos estudos sobre as cidades.
A sociologia urbana é usada como disciplina de fundamentação para profissões e matérias diversas, como o planejamento urbano, a arquitetura, o urbanismo, a geografia e a economia.
A Escola de Chicago é a maior influência no estudo da sociologia urbana e ainda que tenha estudado cidades no início do século XX, continua sendo reconhecida como importante fonte para a análise dos centros urbanos.
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Sociologia do trabalho - Trabalho Escolar - Sociologia.
Sociologia do trabalho
A Sociologia do trabalho é o ramo da Sociologia voltado ao estudo das relações sociais no mundo do trabalho - a princípio, incluindo basicamente empresas e sindicatos - e às implicações sociais da relação entre trabalho e técnica.
A palavra "trabalho" evoluiu da palavra latina Tripalium, castigo que se dava aos escravos preguiçosos e, historicamente, o trabalho foi considerado como uma atividade depreciável. Os gregos da Idade de Ouro pensavam que só o ócio criativo era digno do homem livre. A escravidão foi considerada pelas mais diversas civilizações como a forma natural e mais adequada de relação laboral. A ética protestante vem atribuir um valor positivo ao trabalho, considerando-o não como punição mas como oferenda a Deus. A partir de meados do século XIX, servidão, em suas várias formas, estará extinta na maior parte dos países ocidentais, sendo substituída pelo trabalho assalariado, socialmente valorizado.
As transformações do mundo do trabalho - do artesanato ao trabalho industrial com grandes máquinas e finalmente ao trabalho imaterial - bem como suas relações com as mudanças sociais na família, na cultura e na política constituem objeto de permanente interesse desta área do conhecimento. Já a partir das últimas décadas do século XX, a introdução de novos temas - notadamente os impactos das novas tecnologias, as novas formas de organização da produção, a obsolescência de várias profissões anteriormente valorizadas, a flexibilização das relações de trabalho e o acirramento dos mecanismos de exclusão - e de novas formas de abordagem, com ênfase na transdisciplinaridade, abrem novas perspectivas para a investigação sociológica crítica.1
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Sociologia rural - Trabalho Escolar - Sociologia.
Sociologia rural
A sociologia rural é um ramo da sociologia associado ao estudo da vida social em áreas não metropolitanas. Mais especificamente, a sociologia rural é o estudo científico da organização social e das relações entre pessoas distanciadas de grandes localidades ou de centros de actividade económica. Como disciplina sociológica, a sociologia rural envolve a análise de dados estatísticos, entrevistas, teoria social, observação, e outras técnicas.
Ao contrário da sociologia rural, a sociologia urbana é o estudo da vida social urbana.
O agronegócio é um dos temas de estudo mais actuais da sociologia rural, e muito de seu campo é dedicado à economia da agricultura local e ao impacto das grandes empresas de produção de alimentos nas comunidades rurais. Outras áreas de estudo incluem a migração rural e outros padrões demográficos, a sociologia ambiental, os cuidados com a saúde rural e a educação, etc. E seu estudo é importante porque a maioria dos países em desenvolvimento é composto de áreas metropolitanas.
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Sociologia da religião - Sociologia da religião no Brasil 2 Jacques Attali 2.1 Do judaísmo ao cristianismo 2.1.1 Citações cristãs anti-dinheiro 2.2 Do catolicismo para o protestantismo - nova reversão 3 Bertrand Russel - Trabalho Escolar - Sociologia.
Sociologia da religião
Sociologia da religião busca explicar empiricamente as relações mútuas entre religião e sociedade. Os estudos fundamentam-se na dimensão social da religião e na dimensão religiosa da sociedade.
Sociologia da religião no Brasil
O marco referencial da consolidação da sociologia da religião como campo autônomo de pesquisa no Brasil é a publicação da obra "Católicos, Protestantes, Espíritas", de Cândido Procópio Ferreira de Camargo, em 1973.1 Nomes de referência no Brasil: Edison Carneiro, Beatriz Muniz de Souza, Antônio Flávio Pierucci, Reginaldo Prandi, dentre outros.
Jacques Attali
Do judaísmo ao cristianismo
Jacques Attali argumenta em Les Juifs, le Monde et l'Argent que com a chegada de Jesus Cristo e o posterior desenvolvimento do cristianismo há uma revolução na atitude perante o dinheiro. Esta clivagem tem muito a ver com a mesma clivagem existente dentro do judaísmo ao tempo de Jesus entre Saduceus (judeus estabelecidos, conservadores) e Fariseus e Essênios (com uma atitude mais revolucionária, igualitária, ascética).
Se, para o judaísmo, possuir o dinheiro é uma forma de estar em posição de evitar a violência e de resolver possíveis problemas futuros, já para a nova religião nascente, o dinheiro é algo de sujo e problemático (a mesma atitude de algumas das facções do judaísmo mencionadas).
Nas palavras de Attali:
Paralelamente aprofundam-se as diferenças entre as duas doutrinas económicas. Quer no Judaísmo como no Cristianismo acredita-se nas virtudes da caridade, da justiça e das ofertas. Mas para os Judeus, é desejável ser rico, enquanto que para os Cristãos é recomendado ser-se pobre. Para uns, (os Judeus) a riqueza é um meio para melhor servir Deus; para os outros, (os Cristãos) ele impossibilita a salvação. Para uns, o dinheiro pode ser um instrumento do bem; para os outros os seus efeitos são sempre desastrosos. Para uns, qualquer pessoa pode gozar do dinheiro bem ganho; para os outros ele queima-lhe os dedos. Para uns, morrer rico é uma bênção, desde que o dinheiro tenha sido adquirido moralmente e que se tenha cumprido com todos os deveres para com os pobres da comunidade; para os outros, morrer pobre é uma condição necessária da salvação.
É assim que Mateus (no episódio Jesus e o jovem rico), escreve sobre Jesus: “Digo-vos mais uma vez: é mais facil a um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que a um rico entrar para o céu” (19, 24). E se Lucas conclui a Parábola do Mordomo Infiel por uma frase ambígua: Façam-se amigos do dinheiro da desonestidade (16, 11), ele acrescenta ainda “façam o bem e emprestem sem nada esperar em troca” (6,35).
De facto, como vimos, para os Judeus, receber juros do dinheiro não é imoral; e se não é permitido fazê-lo entre Judeus é por uma questão de solidariedade, e não por interdição moral. O dinheiro é, como o gado, uma riqueza fértil e o tempo é um espaço a valorizar. Pelo contrário, para os Cristãos, como para Aristóteles e os Gregos, o dinheiro, como o tempo, não produz em si qualquer riqueza, ele é estéril; e fazer comércio de dinheiro é um pecado mortal. Esta obsessão pela esterilidade do dinheiro reenvia também para o ódio pela sexualidade, interdita fora do casamento. Para a nova Igreja, nada deve ser fértil que não tenha sido criado por Deus. Fazer trabalhar o dinheiro é fornicar.
Sem dúvida é preciso ver nestas diferenças o traço de um conflito muito antigo entre essénios e saduceus, e o desejo dos apóstolos de ganhar o apoio dos mais pobres entre os Judeus.
As ofertas dos Judeus às suas comunidades são limitadas a um quinto das suas receitas. Pelo contrário, encoraja-se os Cristãos a doar sem limites à Igreja. Enquanto que as comunidades judaicas devem redistribuir integralmente estas doações aos pobres (ver Templo de Salomão) a Igreja pode conservar o dinheiro, pelo menos em parte, para ela mesma a fim de de criar pelo esplendor as condições do assombro e da salvação dos homens. Para ela, o dinheiro, que não produziria juros, pode produzir a graça se ele transitar pela Igreja. Toda a potência eclesiástica do futuro advém desta reversão da relação com o dinheiro.
...
Mesmo se neste espírito, alguns teólogos do Cristianismo antigo como Clemente de Alexandria, glorificam uma ética económica muito semelhante à da moral do Pentateuco, os primeiros Cristãos encontram argumentos nestas passagens dos Evangelhos para apoiar a tese de que entre os Judeus tudo se mede em dinheiro, tudo se troca: mesmo o tempo, mesmo a carne humana, mesmo Deus! O Judeu, dizem eles, o qual vendeu o Messias por dinheiro, está pronto a tudo comprar e a tudo vender. O mercado é a sua única lei. O anti-judaísmo Cristão é imediatamente inseparável da condenação económica.
Citações cristãs anti-dinheiro
"Todo o homem rico é, ou injusto na sua pessoa, ou herdeiro da injustiça e da injustiça de outros" (Omnis dives aut iniquus est, aut heres iniqui) - São Jerónimo.
"Quem quer se tornar rico tomba nas armadilhas do demónio, e se entrega a mil desejos não apenas vãos mas perniciosos, que o precipitam por fim no abismo da perdição e da condenação eterna" São Timóteo, 6
"Ou tu és rico e tens o supérfluo, e nesse caso o supérfluo não é para ti mas para os pobres; ou então tu estás numa fortuna mediocre, e então que importa a ti procurar aquilo que não podes guardar ?" São Bernardo
"Mas a moral do evangelho vai ainda mais longe; porque ela nos ensina que quanto mais um cristão é rico, mais ele deve ser penitente; ou seja, mais ele se deve deduzir das doçuras da vida; e que estas grandes máximas de renúncia, de escrutínio, de desapego, de crucificação, tão necessárias à salvação, são muito maiores para ele do que para o pobre" Louis Bourdaloue, jesuíta francês do século XVII.
"E não podemos dizer também que quase todos os ricos são homens corruptos, ou antes, perdidos pela intemperança das paixões carnais que os dominam? Porquê ? Porque têm todos os meios do ser, e que não usam as suas riquezas que não seja para saciar as suas brutais avarices. Vítimas reservadas à cólera de Deus, engordados dos seus próprios bens! Quantos é que conheceis que não sejam assim ? Quantos é que vós conheceis que, na opulência, tenham aprendido a dominar o seu corpo e a o limitar em restrição ? Um rico continente ou penitente não será uma espécie de milagre ?", Louis Bourdaloue, jesuíta francês do século XVII.
"Uma virgem pode conceber, uma estéril pode dar à luz, um rico pode ser salvo: estes são três milagres nos quais as escrituras sagradas não nos ensinam outra coisa que não seja que Deus é omnipotente. Pois é verdade, ó rico do mundo, que a tua salvação não é nada fácil, ela seria impossível se Deus não fosse omnipotente. Consequentemente, esta dificuldade passa bem distante dos nossos pensamentos, já que é necessário, para a ultrapassar uma potência infinita. E não me digas que estas palavras não te dizem respeito porque talvez não sejas rico. Se não és rico, tu tens vontade de o ser; e estas maldições sobre a riqueza devem cair não tanto sobre os ricos mas sobretudo sobre aqueles que o desejam ser. É para esses que o apóstolo pronuncia, que eles caem na armadilha do diabo e de muitos desejos malvados, que precipitam o homem na perdição. ... Também o apóstolo tem razão quando diz que o desejo de riqueza é a raiz de todos os males; Radix omniumm malorum est cupiditas". Jacques Bénigne Bossuet (1627-1704), bispo, teólogo e escritor francês, sermão em Metz a 4 de Outubro de 1652.
Do catolicismo para o protestantismo - nova reversão
Jacques Attali vê com o advento da Reforma Protestante uma nova reversão na relação para com o dinheiro, repondo entre os protestantes do mundo ocidental (norte e oeste da Europa) o entendimento que os Judeus faziam do dinheiro. Este regresso aos princípios económicos do Judaísmo caracteriza a sociedade moderna.
Attali acusa Max Weber de não ter reconhecido na ética que possibilitou o novo mundo dos negócios capitalistas, a ética judaica. Attali escreve: "Weber não vê que os Judeus inventaram a ética bem antes dos Gregos ou dos puritanos" ..." e que para eles (os Judeus) a actividade económica é um meio essencial de ir ter com Deus".
Bertrand Russel
Confirmando algumas destas ideias de Attali, encontramos um trecho de Bertrand Russel, em "Filosofia do Mundo Ocidental", no capítulo "A política de Aristóteles":
Desde o tempo dos gregos até hoje, a Humanidade, ou pelo menos a parte economicamente mais desenvolvida dela se divide entre devedores e credores; os devedores são contra os juros e os credores são a favor. Quase sempre, os detentores de terras são devedores, enquanto que os comerciantes são credores.
Os filósofos, com poucas excepções, concordam com os interesses financeiros da sua classe. Os filósofos Gregos pertencem à classe dos proprietários de terra ou trabalhavam ao seu serviço. Por isso, eles recusavam os juros.
Os filósofos da Idade Média eram homens da Igreja; o património da Igreja constituia-se sobretudo de terras; eles não viam pois razão para rever as ideias de Aristóteles.
A sua antipatia contra a usura foi ainda reforçada pelo Anti-semitismo, já que o capital fluido (ou seja em dinheiro, facilmente transmissível) estava em grande parte na posse de Judeus...
Com a Reforma Protestante, a situação muda. Muitos dos protestantes mais convictos eram comerciantes, para quem o empréstimo de dinheiro a juros era muito importante... Por isso, os juros foram aceites, primeiro por Calvino e depois por outros protestantes. Finalmente, a Igreja Católica viu-se forçada a seguir o exemplo deles, já que as velhas proibições já não se enquadram no mundo moderno.
Bibliografia
CAMARGO, Cândido Procópio Ferreira de. Católicos, Protestantes, Espíritas, Petrópolis: Vozes, 1973.
HOUTART, François. Sociologia da religião. São Paulo: Ática, 1994.
JARDILINO, Jose Rubens Lima; SOUZA, Beatriz Muniz de; GOUVEIA, Eliane Hojaij. Sociologia da religião no Brasil. Educ, 1999.
PIERUCCI, Antônio Flávio. Igreja: contradições e acomodação. São Paulo: Brasiliense / CEBRAP, 1978. 188 p.
PIERUCCI, Antônio Flávio; PRANDI, R. A realidade social das religiões no Brasil. São Paulo: Hucitec, 1996. 294 p.
SOUZA, Beatriz Muniz de; MARTINO, Luis Mauro Sá. Sociologia da religião e mudança social São Paulo: Paulus , 2004.
TEIXEIRA, Faustino. Sociologia da religião. Petrópolis: VOZES, 2003.
WACH, Joachim; CANCIAN, Attilio. Sociologia da religião. São Paulo: Paulinas, 1990.
PRANDI, Reginaldo, Os Candomblés de São Paulo, Hucitec, 1991
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Sociologia das relações de gênero - Trabalho Escolar - Sociologia.
Sociologia das relações de gênero
A sociologia das relações de gênero surge de modo a dar conta de questões relativas à identidade sexual e seus processos de construção.1 Além disso, procura fazer um corte de gênero nos mais diversos objetos da sociologia tal qual a sociologia marxista que propõe que se leve em conta as classes sociais. 1
Essa sociologia procura dar uma ênfase maior na subjetividade dos atores sociais, afastanto-se da noção da racionalidade cunhada pela modernidade, apresentanto novas críticas a esta.1
Referências
↑ a b c SOUSA, Sandra Maria Nascimento. 'Mulheres em movimento: memória da participação das mulheres nos movimentos pelas transformações das relações de gênero nos anos 1970 a 1980. São Luís/MA: [s.n.], 2007.
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Sociologia política - Trabalho Escolar - Sociologia.
Sociologia política
Sociologia política é o ramo da sociologia que reflete sobre o poder, o Estado e o dever político. É o estudo das bases sociais da política. A Sociologia ajuda a entender a politica em si. Esta deriva do grego politheia.
Foi instituída pelo francês Auguste Comte e desenvolvida posteriormente por outros autores como Emile Durkheim e Karl Marx, entre outros. Obras de pensadores como Thomas Moore, John Locke, Thomas Hobbes e Montesquieu contribuíram para seu desenvolvimento.
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Sociologia médica - Trabalho Escolar - Sociologia.
Sociologia médica
Sociologia médica ou "Sociologia da Saúde" é o estudo do comportamento de grupos e/ou indivíduos que dizem respeito à saúde e à doença. Desse modo, a palavra médica fica deslocada já que a disciplina não diz respeito ao profissional de saúde, nem à profissão em si, mas a comportamentos que induzem estados alterados de saúde.
Nas sociedades contemporâneas ocidentais assiste-se, por um lado, a uma confiança generalizada nas práticas médicas e no tratamento que elas oferecem e, por outro, a um aumento da desilusão para com a medicina científica. Neste contexto, assiste-se a um progressivo alargamento da esfera médica ao social, mas, por outro lado, a procura por parte do social da prática médica. Verifica-se, assim, uma importância fulcral do médico no social quando ele rotula uma nova condição. Ao rotular uma condição como doença a esfera médica alarga a sua esfera de actividade, abrindo-se a possibilidade de novas investigações, áreas e contratos com farmacêuticas.
As perspectivas médicas da saúde, da doença e do corpo dominam os discursos públicos e privados e as práticas sociais quotidianas da população – os problemas são colocados sob o olhar médico científico, ficando esses problemas sociais submetidos à racionalidade das ciências biomédicas. Assim, a medicalização tem também a ver com o modo como, através do seu discurso e das suas práticas institucionalizadas, a medicina exerce uma autoridade moral que acaba por legitimar a sua interferência na criação de ideias e valores na sociedade.
O médico, por seu lado, está envolvido de prestígio aos olhos da população – “Só a profissão médica se encontra, pois, habilitada a declarar oficialmente sobre a saúde e a doença. A sua base cognitiva exclusiva, conhecimentos muito codificados e cientificamente conotados, constitui o ponto de partida do reconhecimento público do bem profissional que proporciona...” (Ruivo, 1987: 136) De acordo com Fernando Ruivo, a profissão médica e o discurso adoptado pelos médicos assumem um lugar de grande destaque na sociedade, facto que se deve, muito em parte, ao sucesso profissional da medicina, à sua neutralidade e independência social. No decurso do século XVIII a medicina operou a transição da preocupação dominante com a salvação das almas para a saúde dos corpos, sendo o processo como esta transição se materializa descrito por Foucault – Foucault sublinha que «os anos anteriores e imediatamente posteriores à Revolução viram nascer dois grandes mitos, cujos temas e polaridades são opostos: mito de uma profissão médica nacionalizada, organizada à maneira do clero e investida, ao nível da saúde e do corpo, de poderes semelhantes aos que este exercia sobre as almas; mito de um desaparecimento total da doença numa sociedade sem distúrbios e sem paixões, restituída à sua saúde de origem» (Foucault, 1967 in Ruivo, 1987:130).
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Sociologia das histórias em quadrinhos - Trabalho Escolar - Sociologia.
Sociologia das histórias em quadrinhos
Sociologia das histórias em quadrinhos (Brasil) ou Sociologia das histórias aos quadradinhos (Portugal) é uma sociologia especial que aborda as histórias em quadrinhos a partir da perspectiva sociológica e muitas vezes com um viés marxista.
A Sociologia das HQ é uma das menos desenvolvidas entre as sociologias especiais, mas já conta com um número razoável de produção sociológica. Ela se distingue das demais formas de análise das HQ (semiótica, por exemplo) por analisar o processo social de produção das HQ, os valores culturais presentes nelas, os seus efeitos no público leitor, entre outros aspectos sociais.
Na França, Jacques Marny ao publicar seu livro Sociologia das Histórias aos Quadradinhos forneceu uma contribuição pioneira e que se tornou uma das primeiras referências nesta temática.
No Brasil, o sociólogo Nildo Viana ao publicar Heróis e super-Heróis no mundo dos quadrinhos não somente contribuiu com o desenvolvimento de estudos sociológicos sobre um subgênero das HQ, o caso do que ele denomia "superaventura", mas também lançou algumas sugestões teórico-metodológicas importantes, relacionando HQ e valores dominantes, com o seu conceito de axiologia, por um lado, e com o conceito de inconsciente coletivo, que ele ressignificou, dando nova definição deste termo que tem origem na psicanálise de Jung. O mesmo autor, em artigo posterior, "O Que dizem os quadrinhos", apresenta um esboço de uma sociologia das histórias em quadrinhos, apontando como se realiza a discussão sociológica sobre esta temática, tal como a produção social dos quadrinhos, as mensagens (concepções, valores) repassadas pelas HQ, e uma breve reflexão sobre o público leitor das Revistas em Quadrinhos, veja abaixo, em Para ler mais.
Além destes estudos basilares da sociologia das HQ, há também a produção de monografias e teses sobre determinados personagens (Tintin, Pato Donald, etc.). Este é o caso de alguns livros, tais como o de Orlando Miranda, Tio Patinhas e os mitos da comunicação; Ariel Dorfman e Armand Mattelart, Para ler o Pato Donald e Ariel Dorfman e Manuel Jofré, Super-Homem e seus amigos do peito.
Bibliografia
Dorfman, A. e Jofré, M. Super-Homem e seus amigos do peito. Rio de Janeiro - Paz e Terra, 1978.
Dorfman, A. e Mattelart, A. Para ler o Pato Donald. Comunicação de massa e colonialismo. 2a edição, Rio de Janeiro - Paz e Terra, 1980.
Marny, Jacques. Sociologia das histórias aos quadradinhos. Lisboa - Civilização, 1978.
Miranda, Orlando. Tio Patinhas e os mitos da comunicação. 2a edição. São Paulo - Summus, 1978.
Viana, Nildo. Heróis e Super-Heróis no Mundo dos Quadrinhos. Rio de Janeiro - Achiamé, 2005.
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Sociologia das organizações - Trabalho Escolar - Sociologia.
Sociologia das organizações
A Sociologia das Organizações é um ramo aplicado da Sociologia que se ocupa de analisar os aspectos sociológicos de organizações, isto é, de empresas, fundações, órgãos públicos e congêneres.
O objetivo da Sociologia das Organizações é tanto o estudo dos aspectos de uma sociedade que influem na organização e no desenvolvimento das organizações quanto prover uma melhor compreensão dos fenômenos que ocorrem dentro de uma organização sob um ponto de vista sociológico.
O sociólogo Max Weber inaugurou o estudo da Sociologia aplicado às organizações. Max Weber prognosticou a ascensão da burocracia como forma de se ordenar as relações humanas entre si e com a organização, propiciando que objetivos explícitos sejam atingidos. A burocracia, segundo Weber, é uma forma prescritiva de delegar responsabilidades e padronizar a comunicação de acordo com normas predefinidas e impessoais. Weber também saudava o desenvolvimento de leis de propriedade e de instituições de direito em seu tempo, criando o que seria o princípio do hoje denominado ambiente propício aos negócios e dos marcos regulatórios.
Vale notar que burocracia, para Weber, não carregava o significado negativo de sua menção usual, por exemplo, em reclamações sobre filas de bancos ou na demora no atendimento em serviços públicos. A definição de Weber precede a conotação presente e até mesmo a motivou, visto que esta advém de uma opinião negativa sobre o funcionamento da burocracia.
A visão de teóricos atuais das organizações, como Henry Mintzberg, destoa da weberiana por dar importância preponderante às relações interpessoais formadas no ambiente de trabalho e aos objetivos individuais dos participantes de uma organização. Para Mintzberg, a formação de grupos de interesse dentro da organização assim como subverte a ordem burocraticamente predita, também transforma a própria burocracia à sua imagem quando de posse do poder para tanto.
Anterior a Mintzberg é a visão de Michael Porter, que desdenha dos aspectos sociológicos da administração, pondo uma ênfase maior nas relações econômicas entre organizações como fatores preponderantes para sua formação e evolução.
Esta descrição sociológica das organizações, bem como todas as anteriores, sofrem fortes críticas de teóricos marxistas. São por eles consideradas uma justificação cientificista da dominação do indivíduo ou, em outras palavras, a reificação de um ideal burguês inconsistente. De acordo com Istvan Meszaros, as "instituições do Estado moderno" (Weber) foram construídas junto com o processo de apropriação capitalista de bens comunitários e a instituição de antes inexistentes relações de propriedade, necessárias para propiciar a expansão da produção capitalista."
Dentro do estudo cientifico das funções da administração e gestão das empresas, destinguia-se H. Fayol, que destinguia unidades em funções específicas da empresa, como funções técnicas, comerciais, contabilisticas, de segurança e administração, sendo as funções da administração o planeamento, organização, comando/liderança, coordenação e controlo. Hayol defendia tamb+em a especialização das tarefas, para maior eficiência no trabalho, definindo também o aumento de autoridade e responsabilidade no trabalho, em conjunto com a disciplina.
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Desenvolvimento econômico - Como ocorre 2 Teorias 3 Neoliberalismo - Trabalho Escolar - Sociologia.
Desenvolvimento econômico
Em suma, o desenvolvimento econômico é um processo pelo qual a renda nacional real de uma economia aumenta durante um longo período de tempo. A renda nacional real refere-se ao produto total do país de bens e serviços finais, expresso não em termos monetários, mas sim em termos reais: a expressão monetária da renda nacional deve ser corrigida por um índice apropriado de preço de bens e consumo e bens de capital. E, se o ritmo de desenvolvimento é superior ao da população, então a renda real per capta aumentará. O processo implica a atuação de certas forças, que operam durante um longo período de tempo e representam modificações em determinadas variáveis. Os detalhes do processo variam sob condições diversas no espaço e no tempo, mas, não obstante, há algumas características comuns básicas, e o resultado geral do processo é o crescimento do produto nacional de uma economia que, em si própria, é uma variação particular a longo prazo.
Como ocorre
O processo de desenvolvimento econômico supõe que ajustes institucionais, fiscais e jurídicos são necessários, incentivos para inovações, empreendedorismo e investimentos, assim como fornecer condições para um sistema eficiente de produção, circulação e distribuição de bens e serviços à população.
Uma analogia ajuda a entender o significado: quando uma semente se torna uma planta adulta está exercendo um potencial genético, em outras palavras, está desenvolvendo-se. Quando qualificado pelo adjetivo econômico, refere-se ao processo de produção de riqueza material, a partir do potencial dado pela disponibilidade de recursos humanos e naturais e uso de tecnologia. No campo crítico da economia, a palavra desenvolvimento vem normalmente acompanhada da palavra capitalista para mostrar que o desenvolvimento refere-se ao todo social. Esta noção está muito bem desenvolvida, em diversos capítulos do livro de COWEN, M. P. e SHENTON, R.W. (1996, Doctrines of Development. London: Routledge). Especificamente sobre o desenvolvimento capitalista há um verbete no Dicionário do Pensamento Marxista de Tom BOTTOMORE (1988).
Teorias
Foram muitas as teorias voltadas para a promoção do desenvolvimento econômico. Como alternativa à crise de 1929, o economista inglês John Maynard Keynes formulou uma hipótese de que o Estado deveria interferir ativamente na economia: seja regulando o mercado de capitais, seja criando empregos e promovendo obras de infra-estrutura e fabricando bens de capital.
Essa teoria foi muito popular até os anos 1980 quando - em parte devido à crise do petróleo - o sistema monetário internacional entrou em crise. Tornou-se então evidente a inviabilidade da conversibilidade do dólar em ouro, ruiu o padrão dólar-ouro, com inflação e o endividamento dos Estados por um lado, e uma grande acumulação de excedente monetário líquido nas mãos dos países exportadores de petróleo por outro. Em vista disso, sobreveio uma mudança de enfoque na política económica.
Surge então a escola neoliberal de pensamento econômico, baseada na firme crença na Lei de Say, e cujos fundamentos já tinham sido esboçados em 1940 pelo economista austríaco Friedrich August von Hayek. Para corrigir os problemas inerentes à crise, os neoliberais pregavam a redução dos gastos públicos e a desregulamentação, de modo a permitir que as empresas com recursos suficientes pudessem investir em praticamente todos os setores de todos os mercados do planeta: tornar-se-iam empresas multinacionais ou transnacionais.
Neoliberalismo
O neoliberalismo foi experimentado, primeiramente, por Pinochet, no Chile [1] na década de 1970, e foi seguida pela inglesa Margaret Thatcher e pelo americano Ronald Reagan nos anos 1980.
O Chile tornou-se uma espécie de vitrine mundial do modelo neoliberal. O crescimento do PIB oscilou de uma taxa positiva de + 8% a taxas negativas inferiores a -13%. Entre 1975 e 1982, a média de crescimento foi de + 2,9% a.a.
No entanto, os custos sociais foram grandes. Mais de 200 mil chilenos tiveram que emigrar por razões económicas. O Chile viu seu desemprego subir dos 4% da era Allende para 18% na era Pinochet, e a taxa de pobreza subir de 20% para 45%. Isso acabou por minar o apoio à ditadura e provocar a derrota de Pinochet em 1988, quando se iniciou a transição para uma democracia.
Embora os resultados a curto prazo da transição chilena para um modelo neoliberal de economia tenham sido ruins para a sociedade, ainda no início da década de 1990, o país se tornou a economia mais próspera da América Latina, crescendo a taxas superiores a 7% ao ano, o que rendeu ao país o título de Tigre Asiático latino-americano, em clara referência aos países asiáticos cujas economias cresciam rapidamente. O país conseguiu reduzir a pobreza de 50% de sua população em 1987, para 18,3% em 2003, tornando-se assim o primeiro país latino-americano a cumprir as metas do milênio para a redução da pobreza.
De 1990 até 2004, as práticas neoliberais preconizadas pelo Consenso de Washington, em 1990), e pelo FMI, durante a década seguinte, tornaram-se um modismo quase irresistível para os governantes, que acreditavam ter encontrado a fórmula para alcançar um maior desenvolvimento econômico. Reformas foram aplicadas em vários países, notadamente nos mais pobres, no pressuposto de que, com a liberalização dos mercados, fosse possível atrair um maior volume de investimentos. [2]
Entre algumas medidas consideradas necessárias para os neoliberais, estão as privatizações de empresas estatais, a abertura do mercado de capitais, a liberalização dos fluxos internacionais de capitais (inclusive para os investimentos de curto prazo, o hot-money), o fim das reservas de mercado e a flexibilização de leis trabalhistas.
Uma das reações às práticas neoliberais foi a busca de alternativas de desenvolvimento econômico local, como forma de tentar suprir a incapacidade de promoção do desenvolvimento pelos Estados dos países subdesenvolvidos, nomeadamente em oposição às ideias e práticas neoliberais.
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Sociologia econômica - Trabalho Escolar - Sociologia.
Sociologia econômica
A sociologia econômica é um ramo da sociologia que busca os elementos socializadores da economia e do mercado. Surgiu em resposta às teorias da economia clássica e neoclássica sobre o Homo economicus e a teoria da escolha racional ao negar que as relações sociais inseridas no mercado visassem somente a satisfação racional e utilitária de interesses individuais.
Vários são os sociólogos e antropólogos que discutem as relações sociais no interior da economia. Uma das críticas centrais à visão da economia clássica é a de que esta teria tomado como modelo de ação aquela objetivada no interior da economia de mercado moderna (i.e. capitalista) e postulado a partir daí que esta seria a base de toda ação humana. Marcel Mauss, por exemplo, mostra como nas sociedades não desenvolvidas/mercantilizadas os povos estabelecem relações de troca pautadas por uma outra lógica que não a mercantil individualista. Nelas, as sociedades primitivas, estabeleceriam tais relações baseadas no que o autor convencionou chamar de princípio da reciprocidade, ou melhor, o Dom.
Weber, ainda que fortemente influenciado pela perpsectiva do avanço da racionalidade no mundo moderno, percebeu que as ações puramente racionais eram na verdade uma pequena parcela das existentes, mesmo onde se faziam necessárias. Desta forma distinguiu três tipos básicos de ação:
Ação racional
com vistas a fins
com vistas a valores
Ação tradicional
Ação afetiva
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Sociologia do direito - Debate no Brasil sobre o termo "sociologia do direito" 2 Produção em Sociologia do Direito no Mundo 2.1 Em alemão 2.2 Em castelhano 2.2.1 Espanha 2.3 Em francês 2.4 Em italiano 2.5 Em Inglês 2.5.1 Estados Unidos 2.5.2 Inglaterra 2.6 Em português 2.6.1 Brasil 2.6.2 Portugal - Trabalho Escolar - Sociologia.
Sociologia do direito
A sociologia do direito ou sociologia jurídica é frequentemente definida como o ramo da sociologia dedicado ao estudo do direito. Esse conceito, porém, é disputado, havendo quem entenda tratar-se de um campo de pesquisa autônomo ou ligado ao direito.
Independentemente da definição, a sociologia do direito é tributária da antropologia, da ciência política, da psicologia e, especialmente, da sociologia, ou seja, emprega métodos e teorias desenvolvidas nessas ciências no estudo do direito, de suas instituições e de seus atores. A sociologia do direito também usa pesquisas conduzidas em áreas do direito, como direito comparado, critical legal studies, filosofia do direito, direito e economia e direito e literatura.
São áreas tradicionais de pesquisa da sociologia do direito o desenvolvimento de instituições, as formas de controle social, a interação entre culturas jurídicas, a construção social de questões jurídicas, as carreiras jurídicas e a relação entre direito e mudança social.
Debate no Brasil sobre o termo "sociologia do direito"
Assim como toda área do conhecimento, a sociologia do direito não tem uma delimitação precisa de temáticas. Antes, os objetos das pesquisas sociológicas sobre o direito são quase tão diversos quantos são os pesquisadores. Não há propriamente um programa de pesquisa da sociologia do direito, contudo, uma forma de distinguir uma pesquisa sociológica do direito das pesquisas de outras áreas do conhecimento é verificar se o objetivo da pesquisa tem relação com a eficácia do direito na sociedade.
A dificuldade em delimitar o âmbito da sociologia do direito esta justamente na infinitude dos termos: sociedade e direito. Assim como sociedade, direito também é um termo indefinido. Acontece que a ausência de um conceito de sociedade e de direito não impede a existência das ciências sociais e das ciências jurídicas.
Uma das discussões é se há distinção entre a expressão sociologia do direito e a sociologia jurídica. Para Eliane Junqueira a distinção está em que a sociologia do direito é um ramo da sociologia que busca descrever e explicar o fenômeno jurídico como parte da vida social; já a sociologia jurídica é um ramo do direito que busca descrever e explicar a eficácia dos institutos jurídicos. Cláudio Souto prefere não fazer distinção e considerar toda pesquisa sociológica sobre o direito tanto sociologia do direito quanto sociologia jurídica.
Pedro Scuro Neto reage contra essas posturas argumentando que a profusão de ramos, programas e subcategorias gera desconfiança e descrédito em relação à capacidade explicativa de uma disciplina "sem objeto próprio, nítido, cujos praticantes não conseguem estabelecer, sem discrepância, o que apreendem". Situação agravada quando o ensino da Sociologia Geral (concentrada em isolar objetos para formar conceitos e conduzi-los do elementar ao complexo) deixou de ser obrigatório. Sobrou a sociologia jurídica, espécie de guarda-chuva para abrigar conteúdos os mais diversos, disciplina lecionada segundo programas que variam de acordo com a formação e/ou a vocaçao dos docentes-sociólogos de plantão - ou, mais especificamente, segundo Zygmunt Bauman: "errantes" (que escolhem conceitos como se fossem "alegres consumidores" passeando pelos corredores de um supermercado), "vagabundos" (de lá para cá sem se fixar em nada), "turistas" (sempre em busca de novidades e tentando novas identidades), ou "jogadores" (para quem a vida é um jogo que se deve ganhar, mas cujo resultado dura apenas até a próxima partida).
Produção em Sociologia do Direito no Mundo
Em alemão
Produziram sobre a área Max Weber, Eugen Ehrlich, Theodor Geiger, Niklas Luhmann, Jürgen Habermas, Karl-Dieter Opp, Wilhelm Nöth, Gunther Teubner e Karl-Heinz Ladeur.
Alguns periódicos de língua alemã:
Anuário de Sociologia Jurídica ("Jahrbuch für Rechtssoziologie und Rechtstheorie");
Informe de Sociologia do Direito ("Informationsbrief für Rechtssoziologie"), editada pela Universidade Livre de Berlim;
Série de Estudos da Associação de Sociologia do Direito ("Schriftenreihe der Vereinigung für Rechtssoziologie");
Arquivo de Filosofia do Direito e de Filosofia Social ("Archiv für Rechts - und Sozialphilosophie");
Revista de Sociologia do Direito ("Zeitschrift für Rechtssoziologie").
Em castelhano
Espanha
Dedicam-se à sociologia jurídica na Espanha Angel Sánchez de la Torre, Elías Díaz e María José Fariñas Dulce.
Dentre os periódicos espanhóis há o anuário Sociología e Psicología Jurídicas e a revista Sociologia Jurídica Atual ("Current Legal Sociology"), editado pelo Instituto Internacional de Sociologia Jurídica, sediado em Oñati, na Espanha.
Em francês
Os seguintes autores franceses são considerados importantes contribuidores da sociologia jurídica:Émile Durkheim, Henri Lévy-Bruhl, Georges Gurvitch, Jean Carbonnier, André-Jean Arnaud, Jacques Commaille e Pierre Guibentif.
A revista francesa que divulga o pensamento sociológico do direito é a Direito e Sociedade ("[[Droit et Société").
Em italiano
São autores de sociologia jurídica Renato Treves, Alberto Febbrajo, Vincenzo Ferrari, Raffaele de Giorgi e Mario Losano.
Dentre os periódicos, há a revista Sociologia do Direito ("Sociologia del Diritto") e o Arquivo Italiano de Sociologia do Direito ("Archivio Italiano di Sociologia del Diritto").
Em Inglês
Estados Unidos
São estudiosos da sociologia jurídica nos Estados Unidos Nicholas Timasheff, Thomas Cowan, Underhill Moore, Roscoe Pound, Talcott Parsons, George Psathas e Marc Galanter.
Dentre os periódicos especializados na sociologia do direito, há a Revista de Direito e Sociedade ("Law and Society Review"), o anuário Pesquisa em Direito e Sociologia ("Research in Law and Sociology") e a Revista Direito e Pesquisa Social ("Law and Social Inquiry").
Inglaterra
Contribuíram para a sociologia do direito Jeremy Bentham, Herbert Hart, Roger Cotterrell e David Nelken.
Em português
Brasil
No Brasil, a sociologia do direito teve início em Recife, com Cláudio Souto. Outros estudiosos da área são Celso Fernandes Campilongo, Eliane Junqueira, José Eduardo Campos de Oliveira Faria, José Ribas Vieira, Leonel Severo Rocha, Luciano Oliveira, Miranda Rosa, Pedro Scuro Neto, Wanda Capeller, Orlando Villas-Boas Filho, Guilherme Leite Gonçalves e Laurindo Dias Minhoto.
Portugal
Boaventura de Sousa Santos é o mais famoso acadêmico português dedicado à área.
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terça-feira, 11 de junho de 2013
Sociologia industrial - Trabalho Escolar - Geografia - Sociologia.
Sociologia industrial
Ramo da Sociologia que interessa-se sobre os fenômenos sociológicos relacionados com o trabalho. A Sociologia Industrial surgiu devido à necessidade de estudar-se as mudanças estruturais que ocorreram, não apenas, nas organizações de trabalho como também na sociedade; Vem a surgir após a Revolução Industrial - que teve a Inglaterra como sua progenitora, muito embora tal estudo da sociologia tenha vindo a surgir nos Estados Unidos.
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